quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Instantes


Hoje o sol brilha lá fora

e tudo me parece mais alegre.

E esse azul do céu

Faz-me voltar para meu íntimo:

calmo

tranquilo

esperançoso.

Solto os laços dessa melodia

tão contagiante

- um penhoar reconfortante.

Tento não prender-me

a essa maresia de prazeres.

Ouço seu olhar

numa nuvem que passa.

Sinto harpas tocarem

a melodia de nós dois.

Meu desejo é não estar aqui!

Cerro os olhos

Imagino a onda a banhar meus pés

e lentamente entro na água gelada

Hummmm...

É tudo tão horizontal

Pra lá do mar...

E aqui,

Tudo tão vertical...

Sibilo seu nome para o mar

e a brisa quente o silva

de volta, sílaba por sílaba...

E esse som magnífico

percorre minhas longas melenas

num compasso sem igual.

Que prazer estar lá,

no meio das ondas

junto ao pouco

que o vento me traz de você.

É inaugural esse novo sentido:

Tão perto e tão longe

Tão seco e tão molhado

Deixo-me invadir um pouco mais

E mais...

E mais.....

Taciturno, meu olhar procura o seu

no vazio do horizonte.

O nó da garganta afrouxa calmamente...

A sensação é esplendorosa.

Posso sentir suas mãos

afagarem meu torso

e, mofino, é como fica meu coração

ao abrir os olhos e...

e... cá estou eu

atrás deste balcão de mármore

azulejando meu amor

nas paredes deste coração fatigado

Longe do mar

Longe de você

Longe de todos os sonhos

que sonhei para nós dois

um ar sombrio me invade

e de repente ...

o azul do céu se esvai.

Retomo minha rotina

melancólica da sua ausência.

O vazio ocupa seu lugar em mim.

É aí que está!

É aí que quer ficar.

Até quando?



Letícia Andreia

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