quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Falso sonho

Pode ouvir este poema em MP3 clicando no link:




http://www.mp3tube.com.br/audio/FALSO_SONHO_DE_LETICIA_ANDREIA



O país se desespera

Quando o morto vivo impera

Na falsa democrática nação

Não há mais a menor condição

De se dizer pátria amada, idolatrada.

Lança-se aqui a toda sorte

A forte corrupção.

Que herança é essa

Que temos na veia?

Não dá pra fugir ou viver alheia.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

À falsa imagem de crescimento

Nós povo vivemos no lamento

Não ouvido, mas muito sentido

O grito mais forte é mais temido

E se gasta até o que não é permitido.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

O silêncio nos é imposto

Na distração de todo dia

E escândalos um após o outro

A torto e a direito é a mesma decepção.

A violência antes dos grandes

Agora se faz presente nos menores –

Nos pequeninos.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

Impõem-nos uma ditadura silenciosa

Nossos olhos a tapar

E muitos a acreditar

Que crise aqui não há.

Preferiria a ditadura aberta

A essa falsa liberdade armada.

Hoje nos calam com mais maldade

Que nos tempos da repressão

Atacam fundo e mais profundo

No mais fraco da nação.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

Na falsa democracia de então

Não há mais a menor condição

De se dizer “Ó pátria amada – idolatrada”.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

Reprime-se hoje no ponto mais fraco:

O sonho.

Antes se reprimia a voz.

E o sonho não morria.

Agora, sem sonho e sem voz

Vive-se sem credo e sem ego.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

Até na educação

O educa caiu ao chão

Os olhares desgovernados

Dos nossos governantes

Já não olham mais pra nós

Com o carinho dos amantes

De antes das eleições.

E nossos olhos já não mais olham

Já não mais olham contra o governo

O caos é instalado

E nos sobra o desespero.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

“E agora? E agora, José?”

- perguntou um dia o poeta.

Pois a festa não acabou

E tem tanta gente ainda

A ser servida...

E de buchos vazios

Encheremos nossas barrigas

Com falsos sonhos

Não sonhados por nós

Nos impostos a cada dia.

O país se desespera

Quando o morto vivo impera

...







Letícia Andreia

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