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O país se desespera
Quando o morto vivo impera
Na falsa democrática nação
Não há mais a menor condição
De se dizer pátria amada, idolatrada.
Lança-se aqui a toda sorte
A forte corrupção.
Que herança é essa
Que temos na veia?
Não dá pra fugir ou viver alheia.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
À falsa imagem de crescimento
Nós povo vivemos no lamento
Não ouvido, mas muito sentido
O grito mais forte é mais temido
E se gasta até o que não é permitido.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
O silêncio nos é imposto
Na distração de todo dia
E escândalos um após o outro
A torto e a direito é a mesma decepção.
A violência antes dos grandes
Agora se faz presente nos menores –
Nos pequeninos.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
Impõem-nos uma ditadura silenciosa
Nossos olhos a tapar
E muitos a acreditar
Que crise aqui não há.
Preferiria a ditadura aberta
A essa falsa liberdade armada.
Hoje nos calam com mais maldade
Que nos tempos da repressão
Atacam fundo e mais profundo
No mais fraco da nação.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
Na falsa democracia de então
Não há mais a menor condição
De se dizer “Ó pátria amada – idolatrada”.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
Reprime-se hoje no ponto mais fraco:
O sonho.
Antes se reprimia a voz.
E o sonho não morria.
Agora, sem sonho e sem voz
Vive-se sem credo e sem ego.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
Até na educação
O educa caiu ao chão
Os olhares desgovernados
Dos nossos governantes
Já não olham mais pra nós
Com o carinho dos amantes
De antes das eleições.
E nossos olhos já não mais olham
Já não mais olham contra o governo
O caos é instalado
E nos sobra o desespero.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
“E agora? E agora, José?”
- perguntou um dia o poeta.
Pois a festa não acabou
E tem tanta gente ainda
A ser servida...
E de buchos vazios
Encheremos nossas barrigas
Com falsos sonhos
Não sonhados por nós
Nos impostos a cada dia.
O país se desespera
Quando o morto vivo impera
...
Letícia Andreia
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
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