quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Tentativas

Tentei escrever poemas profundos


Para pessoas profundas

De nada adiantou o não ser

O ser me corrompe a nada

E quanto mais leio poemas do mundo

Mais sórdida é minha poesia

Tentei escrever para quem lê

Algo que ainda não tinha sido lido

De nada adiantou os dedos em vão no teclado

A alma de poeta está incompleta

Vazia

( )

E as palavras permanecem banais

Com um despropósito qualquer

Tentei reorganizar antigas palavras

Para desgastá-las num sentido completo

Que missão dolorosa essa minha

O vazio dói quando toma conta a passagem do tempo.

Tentei escrever poemas descompromissados

Poemas chulos

Poemas de ais

Poemas de amor

Para pessoas do mundo

De nada adiantou tanto ser

A alma de poeta continua incompleta

Vazia

( )

E as palavras permanecem no sótão

Perdidas

Desconectadas

Tentei reorganizar histórias alheias

Silêncio profundo

Dói mais Dói mais quando olho o outro

Tentei cantar o cântico das almas

Tentei expor os meus sentimentos

Casulo. Nulo.





Letícia Andreia

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