sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Polidez
Discutivelmente superficial.
É nada.
É formal.
É virtude de etiqueta.
É virtude de aparato.
É ambígua:
esconde-se nela
o melhor e o pior.
Qualidade formal
necessária aos homens.
Não diga isso.
Não faça aquilo.
Não também ao acolá.
É feio.
É sujo.
É inadequado.
Resume-se à coleira humana.
Os cães não necessitam da polidez.
Os homens sim!
Pode parecer crime se não o for.
O homem que não é
encontra-se insensato e...
logo...
sozinho.
Agora entendo porque o cão
é o melhor amigo do homem.
Encontro em meus cães
tal comportamento polido.
Vejo, logo, que o cão é o espelho.
Espelho de seu dono.
É o não.
E o não.
E aqui não.
Aprende-se fácil.
Depois,
difícil é não sê-lo.
Letícia Andreia
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Mais uma onda
Onda que anda e ronda
Onda que bate e vem
E vai e vem
Onda que tira onda
De onde a onda vem
Onda que me ronda
E anda rondando bem
Onda que de sete em sete
Eu conto a fartura que tem
Um dia falei da onda
Mas já não me lembro bem
Li hoje uma outra onda
E na pena outra onda vem.
Letícia Andreia
Onda que bate e vem
E vai e vem
Onda que tira onda
De onde a onda vem
Onda que me ronda
E anda rondando bem
Onda que de sete em sete
Eu conto a fartura que tem
Um dia falei da onda
Mas já não me lembro bem
Li hoje uma outra onda
E na pena outra onda vem.
Letícia Andreia
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Tentativas
Tentei escrever poemas profundos
Para pessoas profundas
De nada adiantou o não ser
O ser me corrompe a nada
E quanto mais leio poemas do mundo
Mais sórdida é minha poesia
Tentei escrever para quem lê
Algo que ainda não tinha sido lido
De nada adiantou os dedos em vão no teclado
A alma de poeta está incompleta
Vazia
( )
E as palavras permanecem banais
Com um despropósito qualquer
Tentei reorganizar antigas palavras
Para desgastá-las num sentido completo
Que missão dolorosa essa minha
O vazio dói quando toma conta a passagem do tempo.
Tentei escrever poemas descompromissados
Poemas chulos
Poemas de ais
Poemas de amor
Para pessoas do mundo
De nada adiantou tanto ser
A alma de poeta continua incompleta
Vazia
( )
E as palavras permanecem no sótão
Perdidas
Desconectadas
Tentei reorganizar histórias alheias
Silêncio profundo
Dói mais Dói mais quando olho o outro
Tentei cantar o cântico das almas
Tentei expor os meus sentimentos
Casulo. Nulo.
Letícia Andreia
Para pessoas profundas
De nada adiantou o não ser
O ser me corrompe a nada
E quanto mais leio poemas do mundo
Mais sórdida é minha poesia
Tentei escrever para quem lê
Algo que ainda não tinha sido lido
De nada adiantou os dedos em vão no teclado
A alma de poeta está incompleta
Vazia
( )
E as palavras permanecem banais
Com um despropósito qualquer
Tentei reorganizar antigas palavras
Para desgastá-las num sentido completo
Que missão dolorosa essa minha
O vazio dói quando toma conta a passagem do tempo.
Tentei escrever poemas descompromissados
Poemas chulos
Poemas de ais
Poemas de amor
Para pessoas do mundo
De nada adiantou tanto ser
A alma de poeta continua incompleta
Vazia
( )
E as palavras permanecem no sótão
Perdidas
Desconectadas
Tentei reorganizar histórias alheias
Silêncio profundo
Dói mais Dói mais quando olho o outro
Tentei cantar o cântico das almas
Tentei expor os meus sentimentos
Casulo. Nulo.
Letícia Andreia
Era...
E era a vida arcada de mimos
E era o estudo com seus compromissos
E era o amor em seu princípio
E era a ilusão montada a cavalo
E era a desilusão a chegar sorrateira
E era o momento o mais importante
E era o ser o ter que ser
E era o amanhã que chegava depressa
E era o silêncio que valia ouro
E era o jogo no fim da vida
E era a vida necessitada
E era a crise já não temida
E era o lar tão improvisado
E era o filho que nunca chegava
E era o blefe nas contas da vida
E era o ano que sempre virava
E era a água que não acabava
E era a casa desarrumada
E era o silêncio tão necessário
E era um a mais já falecido
E era um túmulo a ser visitado
E era a saudade amarrada no peito
E era uma história pra plantar na memória.
Letícia Andreia
,
E era o estudo com seus compromissos
E era o amor em seu princípio
E era a ilusão montada a cavalo
E era a desilusão a chegar sorrateira
E era o momento o mais importante
E era o ser o ter que ser
E era o amanhã que chegava depressa
E era o silêncio que valia ouro
E era o jogo no fim da vida
E era a vida necessitada
E era a crise já não temida
E era o lar tão improvisado
E era o filho que nunca chegava
E era o blefe nas contas da vida
E era o ano que sempre virava
E era a água que não acabava
E era a casa desarrumada
E era o silêncio tão necessário
E era um a mais já falecido
E era um túmulo a ser visitado
E era a saudade amarrada no peito
E era uma história pra plantar na memória.
Letícia Andreia
,
Bagagem desnecessária para a morte:
Inveja
Casa
Carro
Sítio
Ilusão
Avareza
Dinheiro
Ira
Inimigos
Trabalho
Medo
Luxúria
Roupas
Estudos
Nome
E sobrenome
Preguiça
Telefone
E solidão
Passaporte
Internet
Soberba
Poder
Gula
Doces
Bebidas
Massas
Carnes
Dietas
E silêncio.
Letícia Andreia
Casa
Carro
Sítio
Ilusão
Avareza
Dinheiro
Ira
Inimigos
Trabalho
Medo
Luxúria
Roupas
Estudos
Nome
E sobrenome
Preguiça
Telefone
E solidão
Passaporte
Internet
Soberba
Poder
Gula
Doces
Bebidas
Massas
Carnes
Dietas
E silêncio.
Letícia Andreia
Papelão
Das brincadeiras de criança
Se faz aquela mulher
Nua dos preconceitos
Carrega seu carro
Carregado de papelão
E ora
E roga
E chora
E ri
E faz a hora gotejar
Seus dia úteis
Inúteis
Pela cidade afora
Das brincadeiras de criança
Abandonada no jardim
Jaz em ti
No teu túmulo
Transeunte ou vagante?
Os sonhos de uma bela mulher
Que roga
Que ora
Que chora
Que ri
Que faz e desfaz
Os sonhos de criança
Moça-mulher
Agora és
Apenas o túmulo
De teus sonhos
Sonhos de qualquer um.
Letícia Andreia
Se faz aquela mulher
Nua dos preconceitos
Carrega seu carro
Carregado de papelão
E ora
E roga
E chora
E ri
E faz a hora gotejar
Seus dia úteis
Inúteis
Pela cidade afora
Das brincadeiras de criança
Abandonada no jardim
Jaz em ti
No teu túmulo
Transeunte ou vagante?
Os sonhos de uma bela mulher
Que roga
Que ora
Que chora
Que ri
Que faz e desfaz
Os sonhos de criança
Moça-mulher
Agora és
Apenas o túmulo
De teus sonhos
Sonhos de qualquer um.
Letícia Andreia
Futeboléxico
Brigamiopia
Bebidagressividade
Ilusiotopia
Insultoterapia
Inimigosofia
Perdadetempismo
Decepcionismo
Contagiofutebolismo
Letícia Andeia
Bebidagressividade
Ilusiotopia
Insultoterapia
Inimigosofia
Perdadetempismo
Decepcionismo
Contagiofutebolismo
Letícia Andeia
Natureza
A natureza parece negligente
Ela insiste em continuar vivendo
Por maior que seja o esforço
Do homem em destruí-la.
Ouço uma serra elétrica compondo o nada
Trabalha incansavelmente na alegria de derrubar
Os pássaros perdem suas moradias
E vagueiam sobre os homens.
Os troncos já não dizem mais o que estão fazendo
- não dão conta.
Mas ainda sabemos o que estamos
Fazendo com a natureza.
Quem vai recitar o amanhecer para mim
Depois que a festa acabar?
Letícia Andreia
Ela insiste em continuar vivendo
Por maior que seja o esforço
Do homem em destruí-la.
Ouço uma serra elétrica compondo o nada
Trabalha incansavelmente na alegria de derrubar
Os pássaros perdem suas moradias
E vagueiam sobre os homens.
Os troncos já não dizem mais o que estão fazendo
- não dão conta.
Mas ainda sabemos o que estamos
Fazendo com a natureza.
Quem vai recitar o amanhecer para mim
Depois que a festa acabar?
Letícia Andreia
Qual o preço?
O som dos pássaros pela manhã,
Não tem preço.
O som da chuva sem tragédia,
Não tem preço.
O calor do sol sem exagero,
Não tem preço.
A brisa leve sem poluição,
Não tem preço.
A natureza em cápsulas
Que encontramos nas farmácias
Para cura de muitos males
Do corpo e da alma...
Não tem preço.
O sorriso de um transeunte descompromissado,
Não tem preço.
O choro de uma criança ao nascer,
Não tem preço.
O brilho no olhar de um amante,
Não tem preço.
Não tem preço a vida que se leva
E o que se leva da vida é nada ao partir.
Letícia Andreia
Não tem preço.
O som da chuva sem tragédia,
Não tem preço.
O calor do sol sem exagero,
Não tem preço.
A brisa leve sem poluição,
Não tem preço.
A natureza em cápsulas
Que encontramos nas farmácias
Para cura de muitos males
Do corpo e da alma...
Não tem preço.
O sorriso de um transeunte descompromissado,
Não tem preço.
O choro de uma criança ao nascer,
Não tem preço.
O brilho no olhar de um amante,
Não tem preço.
Não tem preço a vida que se leva
E o que se leva da vida é nada ao partir.
Letícia Andreia
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