Verticalizei as sete e quarenta e cinco
Nem mais
Nem menos
Exatos.
Impressionante!
A poesia dos pássaros
Entoava o canto melancólico...
O sol ainda não saíra.
E eu... Já de pé
A trocar as fraldas da casa.
O sol espreguiçava seus raios
Pelos vazios das nuvens chumbo.
O anjo entregava-se ao sono profundo
No leito de amor.
E nem mesmo o tilintar do martelo
Na construção vizinha
O fazia desintoxicar-se do ébrio sono.
A primeira fralda a ser trocada
Foi a do canil.
As cadelas corriam para o portão
A dar seu bom dia à rua.
Os homens caminhavam automaticamente
Para suas rotinas...
E eu, agonizava poesia
Entre um balde de água e outro
Pelo lápis e retalho de papel.
Os pardais insistiam em dar
Bom dia ao preguiçoso sol.
As cadelas mal se importavam
Com o mundo cão que lavrava lá fora.
E brincavam...
E enamoravam a rua...
E sentiam-se imensamente felizes.
Um galo atrasado canta.
As aves realmente se importam
E imploram pelos raios de sol.
Duas horas mais tarde...
Fraldas da casa trocadas
Cadelas limpas
E alimentadas.
É hora do almoço.
Desenho o cheiro da comida mineira
E toco em frente a rotina das férias.
Letícia Andreia
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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