segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Crepúsculo



Espero ardentemente o crepúsculo
Da minha vida.
Foi uma vida inteira que não tive,
Um vasto campo a ganhar,
Mas as horas, traiçoeiras,
Faltaram-me no momento “H”.
Agora? O que me resta?
Lembranças...
Nostalgias...
Tudo apagado.
Até mesmo o afago ficou no sótão
-quieto, apagado sem me encontrar.
De onde venho?
Onde estou?
O que me resta?
Para onde vou?
Fluir levemente qual bruma no lago?
Oh!, não, não faça de minha alma
Um mundo tão vasto
Que não se pode alcançar.
Quero viver.
Deixe-me viver.
Oh! Vírus, ingrato, fúnebre
Que enlouquece a humanidade.
Rastreio o sótão e... nada.
Nada encontro,
Nada consigo.
Só o sopro de minha ardente alma
Num grito brando de desafio.
Oh! Vida, onde andarás?
Depois da morte.
Não!
“O show deve continuar!”

Letícia Andreia

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